quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Histórinha Sufi
Era uma vez um rei que estava louco. Como era poderoso, todos se calavam. Mandou fazer sua estátua em ouro e exigiu que todos se curvassem diante dela. Além disso, se algum peregrino passasse pela cidade e não fizesse as honras à estátua, seria decapitado. Naquela mesma semana, passaram por ali um sábio, um devoto de Maomé e uma prostituta. Os três foram levadas à presença do rei para que se curvassem à sua estátua.

_Curve-se, você que se diz sábio!

O sábio pensou que seria melhor fazer a vontade do rei, pois, afinal, nada impediria que ele continuasse pensando e fosse mandando embora dali com rapidez. Tratava-se de um rei louco, sem dúivida. Seu saber dizia que diante de forças maiores não deveria combater. E curvou-se. O rei sorriu e olhou o outro peregrino.

_ Curve-se, você que se diz devoto de Maomé!

O devoto pensou que não faria mal seguir esse louco, pois ele, como devoto e ser único no universo em sua particularidade, não perderia em nada sua alma curvando-se a uma mera estátua. Seu íntimo era sólido. E curvou-se. O rei sorriu e olhou a prostituta.

_Curve-se, você, ínfima mulher do mundo!

_Eu?? Por que o faria? Não devo nada a ninguém, não tenho nada a perder. Sinto muito, mas não me curvo a nenhum pedaço de ouro!

Nesse instante, o rei foi tomado de uma estranha tontura e recuperou a lucidez. A verdade da prostituta retirava dele o véu da loucura. Compreendeu que estivera louco e que os ministros o aplaudiam. Olhou o que fizera e mandou decapitar seus ministros. No novo ministério colocou os três peregrinos.

Moral da história: A verdade (embora as vezes arriscada) sempre cai bem!

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