quinta-feira, 28 de março de 2013

Pergolado/caramanchão – Mais contato com a natureza

Do site da Magis



Pergolado ou caramachão? Não importa. O certo é que fazendo um dos dois, sua casa vai ficar mais verde e aconchegante. A diferença entre os dois: o caramachão é feito basicamente de madeira. Sua utilidade se restringe basicamente a dar suporte para plantas trepadeiras. Já o pergolado tem a mesma forma física, e pode ser feito tanto de madeira como de outros materiais (concreto ou bambu, por exemplo).



Seu pergolado pode ser montando na varanda da sua casa ou apartamento independente do espaço que ela tenha. Tudo depende do planejamento/projeto. Para isso, é bom contar com a ajuda de um carpinteiro ou serviço de lojas que fazem móveis planejados.

Mas o espaço ideal para montar seu caramanchão ou pergolado é no quintal (claro, se você tiver um). Dispondo de mais espaço, você pode colocar um balanço, cadeiras ou poltronas mais espaçosas, uma mesa de centro. Alterne no estilo, ou mescle o mais moderno com o clássico ou rústico. Quem sabe com tapetes num ar mais oriental.


Que plantas colocar? Depende do seu gosto. Uma trepadeira é essencial, sugerimos a sete-léguas. Ela tem crescimento rápido e se adapta facilmente a ambientes secos e ensolarados. O espaço pode ser finalizado com outras plantas:

Azaleia – floresce no inverno, e precisa de pouca em dias alternados;
Lavanda-francesa – floresce o ano todo.
Ricassulina – gosto de sol o ano todo. Deve ser adubada mensalmente.

Vancouver Land Bridge - Toque de Magis



No geral as pontes ou passarelas nunca são lá um grande atrativo. As pessoas sempre passam por elas com pressa. O intuito é chegar do outro lado o mais rápido possível. Mas algumas pontes são um atrativo a parte, como a Vancouver Land Bridge, em Washington, EUA.

A ponte de terra faz parte de um projeto de revitalização e restauração do lugar. Ela custou cerca de 27 milhões de dólares. A Vancouver Land Bridge liga dois pontos importantes do lugar, de um lado o Rio Columbia e do outro o Forte Vancouver.

Local de passeio para pedestres e ciclistas, o grande legado da ponte para a região é o seu conceito sustentável. Toda a base de terra nas extremidades foi mantida, o que faz a água da chuva ser absolvida com mais facilidade e nutrir as plantas. Ao longo de toda a estrutura plantas compõem o restante do cenário verde e convidativo do espaço.

Outro conceito que faz parte dos 3.800 metros de todo o complexo, é o de elementos que lembram a cultura indígena. Baseando-se no simbolismo do circulo, usado pelos estadunidenses para fazer referência ao ciclo da vida, deixando a ponte mais convidativa. Um lugar que as vezes parece desconectado do tráfego de carros que passa por baixo dela.

viaVancouver Land Bridge - Toque de Magis.


Aeroporto no Canadá ganha parede viva gigante “antipoluição”


Quem passa pelo Aeroporto Internacional de Edmonton, em Alberta, no Canadá, agora é recebido com uma lufada de ar fresco e uma vista para uma paisagem tão exuberante e acolhedora quanto incomum em um terminal sempre corrido. O aeroporto inaugurou esta semana uma mega parede viva – a primeira dentro de um terminal na América do Norte -, que além de dar um toque natural ao prédio, ajuda a renovar o ar.



Desenhada pela firma canadense About Green over Grey, especializada em instalações ecológicas, o jardim vertical de 1,4 mil metros quadrados tenta reproduzir uma cena de montanha, sendo composta por 8 mil plantas de 32 espécies diferentes.



A ideia é que essa obra-prima sustentável, cresça e evolua como um organismo vivo, adquirindo, assim, um formato mais tridimensional. Algumas das espécies maiores, como samambaias, poderão crescer até um metro para fora da parede, como se estivessem em galhos de árvores. Além de ser bonita, a parede viva também adiciona oxigênio e remove o dióxido de carbono e outros poluentes do ar interior.



Completamente hidropônica, a parede é cuidadosamente monitorizada para assegurar que cada parte receba a quantidade certa de água. Outra característica bacana é que os rígidos e impermeáveis painéis de sustentação das plantas também são ecológicos. Eles foram produzidos a partir de plástico descartado (tais como embalagens de leite, sacos plásticos, garrafas de refrigerantes, etc) e imitam musgo com fibras recicladas da indústria têxtil.

quinta-feira, 14 de março de 2013

o Jardim de Alnwick


THE POISON GARDEN














Exposta no jardim inglês, a Giant hogweed (Heracleum mantegazzianum) tem uma seiva que pode ocasionar queimaduras de terceiro grau
Exposta no jardim inglês, a Giant hogweed (Heracleum mantegazzianum) tem uma seiva que pode ocasionar queimaduras de terceiro grau
http://www.coisademulher.info/2012/02/o-jardim-venenoso/










A Dedaleira (Digitalis purpurea) regula a atividade cardíaca e também pode causar a morte se ingerida
A Dedaleira (Digitalis purpurea) regula a atividade cardíaca e também pode causar a morte se ingerida.
http://www.coisademulher.info/2012/02/o-jardim-venenoso/











http://www.jardiland.pt/diversos/as-plantas-mortais-do-jardim-venenoso-de-alnwick/










Presente no jardim venenoso, a Beladona (Atropa belladonna) possui uma substância usada até hoje para dilatar a pupila
Presente no jardim venenoso, a Beladona (Atropa belladonna) possui uma substância usada até hoje para dilatar a pupila.
http://www.coisademulher.info/2012/02/o-jardim-venenoso/










Castelo de Alnwick já serviu de cenário para as filmagens de Hogwarts, nos filmes de Harry Potter, a comédia Blackadder I, da BBC, e o filme Robin Hood: Prince of Thieves.Fonte: http://nanopla.blogspot.com.br/2011/02/o-jardim-venenoso-de-alnwick.html










http://meu-monstrinho-bizarro.blogspot.com.br/2013/01/jardim-venenoso.html










keep off the cannabis
Observem as grades que tem o objetivo de impedir que alguém tenha acesso às mesmas.
http://meu-monstrinho-bizarro.blogspot.com.br/2013/01/jardim-venenoso.html

Jardins venenosos de Alnwick (Inglaterra)



Inspirado no Jardim Botânico de Pádua, em Itália (o primeiro jardim com finalidade de 
cultivar plantas medicinais e venenosas no século XVI), o Jardim de Alnwick é dedicado inteiramente a plantas venenosas com poder letal. O jardim tem licença especial para cultivo de plantas não muito ortodoxas como a cannabis e a coca.

 

 Há apenas dez anos, este local foi abandonado e esquecido. Hoje, O Jardim de Alnwick é uma paisagem inspiradora com belos jardins, as características originais - incluindo um Treehouse eo Jardim veneno - e arquitetura magnífica, todos trazidos à vida com água. - Duquesa de Northumberland.

 

Você deve conhecer o Castelo de Alnwick e nem sabe. Ele foi cenário da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts nos dois primeiros filmes da franquia Harry Potter. Só que Alnwick também é conhecido como ponto turístico por causa de um jardim com mais de 100 espécies das plantas mais venenosas do mundo.

O jardim é chamado de The Poison Garden (“O Jardim Venenoso”) e é lar de plantas que podem matar só de tocar a pele. O portão preto, com uma caveira atravessada por ossos, traz um aviso que não deve ser levado na brincadeira: “Estas plantas podem matar”.

 

O Jardim de Alnwick é um complexo de jardins adjacentes ao Castelo de Alnwick , na cidade de Alnwick , em Northumberland , na Inglaterra. Os jardins têm uma longa história, mas caiu em desuso, pois ele só foi revivido nos últimos dez anos, e agora apresenta muitos temas e influências diferentes, construídas em torno de uma central de água em cascata . A fase final de desenvolvimento ainda está por vir, que incluirá mais jardins e uma área de jogos de aventura.


O primeiro jardim foi estabelecido em 1750 pelo 1 º Duque de Northumberland , que empregou Capability Brown , o jardineiro célebre, para criar a paisagem adjacente ao parque do Castelo Alnwick.

O 3 º Duque era um colecionador de plantas, e levou um século de desenvolvimento em Alnwick - ele trouxe sementes de todo o mundo, e abacaxis foram criados em estufas. Em meados do século 19, o 4 º Duque criou um jardim italiano com um grande jardim de inverno, e no final do século, os jardins estavam em seu auge grandioso, com teixo topiaria, avenidas  e hectares de flores.

Durante  a Segunda Guerra Mundial, começou sua decadência e finalmente foi fechado como um jardim especial em 1950.



A Remodelação do jardim foi instigada por Jane Percy, Duquesa de Northumberland , em 1997, e está sendo criado pelo estilista de paisagens belga  Jacques e Peter Wirtz . É o jardim mais novo e ambicioso criado no Reino Unido desde a Segunda Guerra Mundial, com um custo de desenvolvimento relatado num total de R $ 42 milhões.

A primeira fase de desenvolvimento, aberta em outubro de 2001, envolveu a criação da cascata e plantio inicial dos jardins. Em 2004, foi aberto um grande complexo de 6.000 pés quadrados (560 m2) foi denominado "casa da árvore", incluindo um café. É um dos maiores treehouses do mundo.

Em fevereiro de 2005, um jardim venenoso, onde crescem plantas como maconha e papoula, foi adicionado. Maio 2006 viu a abertura de um pavilhão para ser utilizado como centro de  visitantes, desenhado por Sir Michael Hopkins e Buro Happold, que pode acomodar até 1.000 pessoas. A característica central do pavilhão é um telhado abobadado gridshell.

O jardim agora pertence a um fundo de caridade, que é separado da Estates Northumberland , embora o duque de Northumberland tenha doado um terreno de 42 acres (17 ha) e contribuido com £ 9.000.000 para cobrir os custos de desenvolvimento.


[youtube http://www.youtube.com/watch?v=i_VIcBunFR8&w=420&h=315]

 



http://en.wikipedia.org/wiki/The_Alnwick_Garden





segunda-feira, 11 de março de 2013

Pensar, Comer, Preservar. Diga não ao desperdício












Pensar, Comer, Preservar. Diga não ao desperdício
Autor: Regina Motta 



campanha "Pensar.Comer.Preservar.Diga não ao desperdício" foi lançada pela ONU e a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) em 22 de janeiro deste ano, em Genebra, Suiça. Conter o desperdício dos alimentos é um desafio complexo que envolve questões econômicas e sociais.




Se podemos ajudar os produtores de alimentos para reduzir as perdas através de um melhor armazenamento, processamento de colheita, , métodos de transporte e comercialização, e combinar isso com mudanças profundas e duradouras na maneira como as pessoas consomem alimentos, então podemos ter um mundo mais saudável e livre de fome. O sistema alimentar mundial tem profundas implicações para o meio ambiente, e produzindo mais alimentos do que é consumido apenas agrava as pressões.
Alguns números estarrecedores estão reunidos no portal http://www.thikatsave.org
um retrato do que ocorre pelo mundo, onde uma a cada 7 pessoas vai para a cama com fome e cerca de 20 mil morrem de fome todos os dias!


Pais aguardam para pesar seus filhos doentes e desnutridos no hospital Banadir, em Mogadíscio, Somália - John Moore/Getty Images
http://veja.abril.com.br/multimidia/galeria-fotos/a-fome-na-somalia

O mais grave é que, segundo a FAO, 95% da perda de alimentos ocorrem nos países em desenvolvimento, no início da produção. Nos países desenvolvidos a perda ocorre nos pontos de venda, onde grande volume de alimentos são descartados por causa da aparência imperfeita e prazos de validade.
Há ainda o despreparo do consumidor que ocorre no exagero de compras, pelo armazenamento inadequado ou no preparo da comida.
Veja estes números:


http://blogmail.com.br/foto-do-desmatamento/

  • Mais de 20% das terras cultiváveis, 30% das florestas e 10% dos pastos no MUNDO estão degradados.



  • A agricultura utiliza 70% da água consumida no mundo.



  • A produção de alimentos consome 30% da energia disponível para os usuários finais.



  • A agricultura acarreta mais de 30% das emissões de gases de efeito estufa



  • As áreas pesqueiras sofre um esgotamento de 30% em virtude da pesca descontrolada.



  • O desperdício per capita de alimentos varia de 95 a 115 kg por ano em países da Europa, América do Norte e Oceania.



  • Um terço da produção global de alimentos é desperdiçado, o que equivale a 1,3 bilhão de toneladas por ano.



  • Atualmente, os alimentos dão desperdiçados numa proporção maior em 50% do que nos anos 70.


A Campanha "Pensar.Comer.Preservar.Diga não ao desperdício" propõe ao cidadão compras planejadas, sem excessos. Frutas, legumes e vegetais não precisam ter aparência perfeita, serem os maiores, basta que estejam próprios para o consumo.
Avaliar os estado dos produtos, quando o prazo de validade estiver vencido, nem sempre isto significa que não possam ser consumidos. Congelar alimentos, utilizar sobras que estejam em boas condições e até doar para instituições e abrigos.
Podemos também utilizar pequenos espaços que tenhamos para produzir alguns alimentos, como verduras, horta em casa é uma idéia hoje muito difundida.
No Brasil, hoje, muitas empresas e instituições já atentaram para a importância do consumo responsável e trabalham no sentido de orientar seus colaboradores para difundir esta prática em sua comunidade.
A mudança de hábitos poderá gerar uma nova era de economia de alimentos e de distribuição adequada para que a FOME no mundo seja apenas uma má lembrança do passado!

terça-feira, 5 de março de 2013

Dínamo de Kiev - Futebol e o Nazismo - A equipe de futebol que preferiu morrer a perder!


A história do futebol mundial inclui milhares de episódios emocionantes e comovedores, mas seguramente nenhum seja tão terrível como o protagonizado pelos jogadores do Dínamo de Kiev nos anos 40. Os jogadores jogaram uma partida sabendo que se ganhassem seriam assassinados e, no entanto, decidiram ganhar. Na morte deram uma lição de coragem, de vida e honra, que não encontra, por seu dramatismo, outro caso similar no mundo. Para compreender sua decisão, é necessário conhecer como chegaram a jogar aquela decisiva partida, e por que um simples encontro de futebol apresentou para eles o momento crucial de suas vidas.


Tudo começou em 19 de setembro de 1941, quando a cidade de Kiev (capital ucraniana) foi ocupada pelo exército nazista, e os homens de Hitler aplicaram um regime de castigo impiedoso e arrasaram com tudo. A cidade converteu-se num inferno controlado pelos nazistas, e durante os meses seguintes chegaram centenas de prisioneiros de guerra, que não tinham permissão para trabalhar nem viver nas casas, assim todos vagavam pelas ruas na mais absoluta indigência. Entre aqueles soldados doentes e desnutridos, estava Nikolai Trusevich, que tinha sido goleiro do Dínamo.


Josef Kordik, um padeiro alemão a quem os nazistas não perseguiam, precisamente por sua origem, era torcedor fanático do Dínamo. Num dia caminhava pela rua quando, surpreso, olhou um mendigo e de imediato se deu conta de que era seu ídolo: o gigante Trusevich.


Ainda que fosse ilegal, mediante artimanhas, o comerciante alemão enganou aos nazistas e contratou o goleiro para que trabalhasse em sua padaria. Sua ânsia por ajudá-lo foi valorizado pelo goleiro, que agradecia a possibilidade de se alimentar e dormir debaixo de um teto. Ao mesmo tempo, Kordik emocionava-se por ter feito amizade com a estrela de sua equipe.

Na convivência, as conversas sempre giravam em torno do futebol e do Dínamo, até que o padeiro teve uma idéia genial: encomendou a Trusevich que em lugar de trabalhar como ele, amassando pães, se dedicasse a buscar o resto de seus colegas. Não só continuaria lhe pagando, senão que juntos podiam salvar os outros jogadores.


O arqueiro percorreu o que restara da cidade devastada dia e noite, e entre feridos e mendigos foi descobrindo, um a um, a seus amigos do Dínamo. Kordik deu trabalho a todos, se esforçando para que ninguém descobrisse a manobra. Trusevich encontrou também alguns rivais do campeonato  russo, três jogadores da Lokomotiv, e também os resgatou. Em poucas semanas, a padaria escondia entre seus empregados uma equipe completa.


Reunidos pelo padeiro, os jogadores não demoraram em dar o seguinte passo, e decidiram, alentados por seu protetor, voltar a jogar. Era, além de escapar dos nazistas, o único que bem sabiam fazer. Muitos tinham perdido suas famílias nas mãos do exército de Hitler, e o futebol era a última sombra mantida de suas vidas anteriores.


Como o Dínamo estava enclausurado e proibido, deram um novo nome para aquela equipe. Assim nasceu o FC Start, que através de contatos alemães começou a desafiar a equipes de soldados inimigos e seleções formadas no III Reich.


Em sete de junho de 1942, jogaram sua primeira partida. Apesar de estarem famintos e cansados por terem trabalhado toda a noite, venceram por 7 a 2. Seu seguinte rival foi a equipe de uma guarnição húngara, ganharam de 6 a 2. Depois meteram 11 gols numa equipa romena. A coisa ficou séria quando em 17 de julho enfrentaram uma equipe do exército alemão e golearam por 6 a 2. Muitos nazistas começaram a ficar chateados pela crescente fama do grupo de empregados da padaria e buscaram uma equipe melhor para ganhar deles. Trouxeram da Hungria o MSG com a missão de derrotá-los, mas o FC Start goleou mais uma vez por 5 a 1, e mais tarde, ganhou de 3 a 2 na revanche.


Em seis de agosto, convencidos de sua superioridade, os alemães prepararam uma equipe com membros da Luftwaffe, o Flakelf, que era um grande time, utilizado como instrumento de propaganda de Hitler. Os nazistas tinham resolvido buscar o melhor rival possível para acabar com o FC Start, que já gozava de enorme popularidade entre o sofrido povo refém dos nazistas. A surpresa foi grande, porque apesar da violência e falta de esportividade dos alemães, o Start venceu por 5 a 1.


Depois dessa escandalosa queda do time de Hitler, os alemães descobriram a manobra do padeiro. Assim, de Berlim chegou uma ordem de acabar com todos eles, inclusive com o padeiro, mas os hierarcas nazistas locais não se contentaram com isso. Não queriam que a última imagem dos russos fosse uma vitória, porque acreditavam que se fossem simplesmente assassinados não fariam nada mais que perpetuar a derrota alemã.


A superioridade da raça ariana, em particular no esporte, era uma obsessão para Hitler e os altos comandos. Por essa razão, antes de fuzilá-los, queriam derrotar o time em um jogo.


Com um clima tremendo de pressão e ameaças por todas as partes, anunciou-se a revanche para 9 de agosto, no repleto estádio Zenit. Antes do jogo, um oficial da SS entrou no vestiário e disse em russo:


-"Vou ser o juiz do jogo, respeitem as regras e saúdem com o braço levantado", exigindo que eles fizessem a saudação nazista.

Já no campo, os jogadores do Start (camisa vermelha e calção branco) levantaram o braço, mas no momento da saudação, levaram a mão ao peito e no lugar de dizer: - "Heil Hitler!", gritaram -"Fizculthura!", uma expressão soviética que proclamava a cultura física.


Os alemães (camisa branca e calção negro) marcaram o primeiro gol, mas o Start chegou ao intervalo do segundo tempo ganhando por 2 a 1.


Receberam novas visitas ao vestiário, desta vez com armas e advertências claras e concretas:


- "Se vocês ganharem, não sai ninguém vivo". Ameaçou um outro oficial da SS. Os jogadores ficaram com muito medo e até propuseram-se a não voltar para o segundo tempo. Mas pensaram em suas famílias, nos crimes que foram cometidos, na gente sofrida que nas arquibancadas gritava desesperadamente por eles e decidiram, sim, jogar. Deram um verdadeiro baile nos nazistas. E no final da partida, quando ganhavam por 5 a 3, o atacante Klimenko ficou cara a cara com o arqueiro alemão. Deu lhe um drible deixando o coitado estatelado no chão e ao ficar em frente a trave, quando todos esperavam o gol, deu meia volta e chutou a bola para o centro do campo. Foi um gesto de desprezo, de deboche, de superioridade total.


O estádio veio abaixo.


Como toda Kiev poderia a vir falar da façanha, os nazistas deixaram que saíssem do campo como se nada tivesse ocorrido. Inclusive o Start jogou dias depois e goleou o Rukh por 8 a 0.

Mas o final já estava traçado: depois dessa última partida, a Gestapo visitou a padaria.


O primeiro a morrer torturado em frente a todos os outros foi Kordik, o padeiro. Os demais presos foram enviados para os campos de concentração de Siretz. Ali mataram brutalmente a Kuzmenko, Klimenko e o arqueiro Trusevich, que morreu vestido com a camiseta do FC Start. Goncharenko e Sviridovsky, que não estavam na padaria naquele dia, foram os únicos que sobreviveram, escondidos, até a libertação de Kiev em novembro de 1943. O resto da equipe foi torturada até a morte.



Ainda hoje, os possuidores de entradas daquela partida têm direito a um assento gratuito no estádio do Dínamo de Kiev. Nas escadarias do clube, custodiado em forma permanente, conserva-se atualmente um monumento que saúda e recorda àqueles heróis do FC Start, os indomáveis prisioneiros de guerra do Exército Vermelho aos quais ninguém pôde derrotar durante uma dezena de históricas partidas, entre 1941 e 1942.


Foram todos mortos entre torturas e fuzilamentos, mas há uma lembrança, uma fotografia que, para os torcedores do Dínamo, vale mais que todas as jóias em conjunto do Kremlin. Ali figuram os nomes dos jogadores. Abaixo a única foto que se conserva da heroica equipe do Dínamo e o nome de seus jogadores. 



Goncharenko e Sviridovsky, os únicos sobreviventes, junto ao monumento que recorda a seus colegas.




Na Ucrânia, os jogadores do FC Start hoje são heróis da pátria e seu exemplo de coragem é ensinado nos colégios. No estádio Zenit uma placa diz "Aos jogadores que morreram com a cabeça levantada ante o invasor nazista".



Poster propaganda da revanche.



Esta é a história da dramática "Partida da Morte". O cineasta John Huston inspirou-se neste fato real para rodar seu filme "Fuga para a vitória" (Escape to Victory) de 1982 que chamou muita atenção à época do lançamento porque dele participaram grandes nomes do cinema como Michael Caine, Sylvester Stallone e Max Von Sydow, mas muito mais pela participação de algumas estrelas do futebol, como Bobby Moore, Osvaldo Ardiles, Kazimierz Deyna e Pelé. No filme John Huston fez o que não pôde o destino: salvar os heróis.